A redação do ENEM costuma causar pesadelos entre os vestibulandos. Isso porque em diversas universidades ao redor do país, a redação possui um peso diferenciado na média final de corte. A especificidade dessa prova do ENEM em relação a outras redações de vestibulares em geral é o fator proposta de intervenção. Por isso, como desenvolver melhor essa parte de seu texto?
Primeiramente, vale definir o que é a proposta de intervenção. Segundo o próprio edital da prova:
“Elaborar uma proposta de intervenção na prova de redação do Enem representa uma
ocasião para que você demonstre seu preparo para o exercício da cidadania, para atuar na
realidade em consonância com os direitos humanos. Você deve usar seus conhecimentos
desenvolvidos ao longo de sua formação para a produção de um texto no qual, além de se
posicionar de maneira crítica e argumentar a favor de um ponto de vista, você possa indicar uma iniciativa que interfira no problema discutido em sua redação.”
Nesse considerado exercício de cidadania, a banca de correção exige que o vestibulando responda a 4 perguntas: 1 – O que é possível apresentar como proposta de intervenção para o problema?; 2 – Quem deve executá-la?; 3 – Como viabilizar essa proposta?; 4 – Qual efeito ela pode alcançar?. Ou seja, “O que fazer? Quem deve realizar essa ação? Como? Que consequências?”.
Além disso, o edital da redação ENEM também pede um quinto fator: o detalhamento. É nesse ponto que a proposta de intervenção ganha um diferencial. Para demonstrar a gritante diferença entre uma proposta bem detalhada e outra nem tanto vamos supor dois exemplos a respeito da temática “Democratização do acesso ao cinema no Brasil” da aplicação de 2019.
Sem detalhamento: “Cabe ao Estado desenvolver políticas públicas que visem a disseminação de salas de cinema no país, pois assim sendo, a democratização do acesso a esse expoente da cultura nacional irá se concretizar”.
Com detalhamento: “Cabe ao Poder Executivo propor uma medida a ser votada pelo Parlamento nacional, buscando a expansão de obras públicas que visem a criação de salas de cinema, pois assim sendo, sua democratização de acesso passar a ser uma pauta de responsabilidade do Estado, suscetível a maior pressão popular e, consequentemente, mais viável de ser efetivada.”
Por mais que no primeiro exemplo, o candidato tenha respondido todas as perguntas determinadas, sua proposta de intervenção não detalhava a maneira mais efetiva da medida ser tomada. Já a segunda, demonstra ao corretor que o candidato tem ciência de como funciona as instâncias dos poderes do Estado brasileiro.
“Ah, mas é uma medida muito utópica”. Não importa! A banca de correção não está analisando a probabilidade burocrática de sua medida ser colocada em prática, desde que seja uma proposta coerente. O ENEM não espera que o candidato vire um presidente após o término da prova, mas que saiba ao menos suas responsabilidades enquanto cidadão do Estado brasileiro.
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