“Anne With An E” como repertório para redação

Anne With An E

Sempre que “Anne with an E” surge como tema numa roda de conversa, é possível perceber o modo de como a série contribuiu, não somente para o desenvolvimento pessoal de cada indivíduo que se predispôs a assisti-la, como também, para o desenvolvimento crítico e moral destes. Dedicar um tempo para conhecer a história da pequena Anne Shirley, é estar em contato com uma verdadeira obra prima, além de ser levado a compreender, identificar e respeitar as diferenças, numa aula sobre o direito de expressão e a dignidade humana. Se você quer entender mais sobre as diretrizes dos direitos humanos, assim como, acrescer de forma positiva o repertório de fundamentação para uma argumentação coesa, “Anne with an E” é uma ótima pedida. Os fãs da literatura universal, como Jane Austen, Downton Abbey e nostálgicos de uma época distante, vão se deliciar.

Desde a produção inicial da série, a equipe responsável viu um grande potencial no material para trabalhar esta carismática protagonista, abordando aspectos feministas – que não se encontram no livro em que é baseado –, entre outras diversas possibilidades para tramas secundárias sobre inclusão e preconceito, em meio à época e os personagens de Green Gables. A série é baseada no livro publicado em 1908, intitulado Anne de Green Gables, de Lucy Maud Montgomery e temporadas adaptadas pela escritora e produtora vencedora do Emmy, Moira Walley-Beckett. “Anne With an E” narra a história de Anne Shirley, uma órfã que tem muito a ensinar ao público sobre respeito, imaginação, amor e principalmente, resiliência. Toda a trama se desenrola em um território interiorano, na Ilha do Príncipe Eduardo, no Canadá, no início do século XX, onde a garota é adotada por engano e vai parar na pequena cidade de Green Gables.

Anne With An E

​5 pontos importantes, que “Anne With an E” te ajudará a melhor entender as diretrizes dos direitos humanos, como pede a Competência 5 do Enem:

Resiliência e enfrentamento de estigmas

Anne with an E, faz críticas ao modelo da “família tradicional” de forma delicada, coerente e eficaz. Adotada por um casal de irmãos idosos e solitários, criticados pelos cidadãos moradores da região de Avonlea, Anne constrói laços que ultrapassam qualquer definição do que seja uma “família tradicional”, descobrindo-se amada após sofrer abusos físicos e psicológicos no orfanato onde viveu toda a vida. Esta família não convencional trabalha arduamente para se adaptarem a Anne e sua personalidade efusiva e visionária, que acarreta alguns problemas diante da sociedade local, mas traz uma reflexão profunda sobre o papel da mulher na sociedade, o papel e a função familiar.

Aborda temas como feminismo e pessoas LGBT

​A série apresenta diversas mulheres importantes eempoderadas, além de contar com mulheres igualmente fortes por trás das câmeras.

Como sabemos, a área cinematográfica é bastante restrita para as mulheres, e ter um trabalho com tamanha qualidade e sensibilidade, só demonstra o poder dessas mulheres para este mercado. Gosta de detalhes? Eles estão todos lá, para quem quiser ver. E é dessa maneira que o tema da igualdade entre homens e mulheres é trazido à baila constantemente, nos mínimos detalhes e diálogos. Discute-se e descontrói-se valores sexistas de forma inteligente, com personagens plurais, que vão desde a professora empoderada até as obedientes donas de casa. Outro tema que é abordado com muita delicadeza pela adaptação é o foco narrativo que se constrói em torno de Tia Josephine e Cole, dois personagens LGBTs que enfrentam uma sociedade preconceituosa e nada acolhedora.

Expõe e debate o preconceito racial

​É impossível não se sensibilizar com a história de vida de Bash. É através dele que a série aborda o racismo que chega ao Canadá durante a época, e como isso reverbera em nossa sociedade até os dias atuais. Por ser um homem negro, fugindo da escravidão, Bash é submetido a todo tipo de humilhação até encontrar Gilbert, um colega da escola de Anne, que o acolhe em sua propriedade e o trata de maneira fraternal. Em paralelo, Anne se aproxima de uma garota da tribo canadense miquemaque, relação que abre um novo leque de conhecimentos para ambas, ao mesmo tempo que expõe antigos preconceitos entre brancos e indígenas, além da influência religiosa opressora sobre esta população.

Traz uma filosofia e influências literárias

​Anne e suas amigas, são leitoras vorazes e fundam até um clube do livro. Isso somado à sua imaginação faz com que suas frases sejam verdadeiros alimentos para nossas almas. Os ensinamentos passados durante as séries são motivadores e estimulam o telespectador a serem mais tolerantes e empáticos. Além disso, a série aborda títulos literários famosos da literatura mundial, e de como as personagens se envolvem com esses títulos.

Oscila entre a inocência e temas profundos

​Apesar de ser muito jovem, Anne é colocada constantemente a frente de desafios. Desafios tanto para a sua idade, a descoberta do amor, da sua aceitação como indivíduo no mundo, como desafios sociais e batalhas que estavam muito além do contexto infantil. Ao mesmo tempo que a série constrói uma história de amizade, de meninas que vão aos poucos se tornando mulheres, mostra também os desafios que essas mulheres terão que enfrentar em uma sociedade patriarcal, em que a liberdade feminina aos poucos ganha espaço. Temas como a pobreza, religião, sexismo e preconceito racial, apimentam esta história que promete arrancar boas gargalhadas e muitas lágrimas.

Texto produzido por João Allex.

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