Variantes Linguísticas no ENEM 2018

O que é uma variante linguística?

O nome já diz um pouco. O termo é adotado para variações que uma palavra pode sofrer de acordo com influências externas, e é delas que vamos falar a seguir. O ENEM adoooora abordar esse assunto, só no ENEM 2016, tiveram questões relacionadas a diversos tipos de variantes. A prova cobra bastante esse assunto, pois retrata o que acontece no Brasil, onde temos vários exemplos de variantes linguísticas que algumas vezes até geram discussões nas redes sociais. Afinal, é biscoito ou bolacha?

Os dois estão corretos. Esse tipo de variante se chama variante regional ou geográfica, já que cada região pode usar um termo ou palavra para se referir a algo. Em São Paulo, as crianças gostam de bolacha e no Rio de Janeiro, as crianças gostam de biscoito. Outros exemplos de variantes regionais: macaxeira = aipim = mandioca.

Como caiu no ENEM?

(ENEM 2016)

PINHÃO sai ao  mesmo tempo que BENONA entra.

BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e  quer  falar  com  você.

EURICÃO: Benona, minha  irmã, eu  sei  que ele  está   lá  fora, mas não  quero falar com ele.

BENONA:  Mas, Eurico, nós lhe devemos  certas  atenções.

EURICÃO: Passadas para  você, mas o prejuízo foi  meu.  Esperava que Eudoro, com todo aquele  dinheiro, se tornasse meu  cunhado. Era  uma boca a  menos e  um patrimônio a mais. E o peste me traiu. Agora, parece que ouviu dizer que eu tenho um tesouro. E vem   louco atrás dele, sedento, atacado da  verdadeira  hidrofobia. Vive farejando ouro, como  um cachorro  da  molest’a, como  um urubu, atrás do sangue dos outros. Mas ele  está enganado. Santo  Antônio há de  proteger minha pobreza e  minha  devoção.

(SUASSUNA, A.   O  santo e  a porca. Rio de  Janeiro: José Olimpyio, 2013)

Nesse texto teatral, o emprego das  expressões “o peste” e  “cachorro da  molest’a” contribui para

(A) marcar a classe social das personagens.

(B) caracterizar usos linguísticos de uma região.

(C) enfatizar a relação familiar entre as personagens.

(D) sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares.

(E) demonstrar o tom autoritário da fala de uma das personagens.

Gabarito: B

A variante histórica possui um traço mais gramático. Ela é marcada pela evolução do tempo e da gramática, mas ainda possui influências antigas. Exemplo: “Vossamercê” era o termo inicial, que depois virou “vosmecê” e hoje é “você”. Legal, né? Assim como a nossa história evolui e é marcada por fatos, a Língua Portuguesa acompanha toda essa evolução.

Como caiu no ENEM?

(ENEM 2016)

Mandinga — Era a denominação que, no  período das  grandes  navegações, os  portugueses davam à  costa ocidental da  África. A  palavra se tornou sinônimo  de feitiçaria porque os exploradores lusitanos consideram bruxos  os africanos que ali  habitavam — é que eles davam indicações sobre a existência de ouro na região. Em idioma nativo, mandingdesignava terra de  feiticeiros. A palavra acabou virando sinônimo de feitiço, sortilégio.

(COTRIM, M. O  pulo do gato 3.  São  Paulo: Geração Editorial, 2009. Fragmento)

No  texto, evidencia-se que a construção do significado da palavra  mandinga resulta de um (a)

(A) contexto sócio-histórico.

(B) diversidade técnica.

(C) descoberta geográfica.

(D) apropriação religiosa.

(E) contraste cultural.

Gabarito: A

E por último, a variante sociocultural é específica de grupos sociais, separados por classe social, etnia, sexo, idade, profissão, etc. Exemplo: no Marketing Digital, usamos o termo campanha para criar posts patrocinados nas redes sociais. Em uma agência de Publicidade ou para uma grande empresa, campanha é criar um comercial de TV ou divulgação em uma grande revista. Pegou o raciocínio? 😉

Como caiu no ENEM?

(ENEM 2016)

Texto I

Entrevistadora  — Eu  vou  conversar aqui  com  a  professora A.D. …  O  português então   não  é  uma  língua  difícil?

Professora — Olha se você parte do princípio… que a língua portuguesa  não  é  só  regras  gramaticais… não se você se apaixona pela língua que  você…  já domina… que  você  já  fala ao  chegar na escola se teu  professor cativa você a ler obras da literatura… obra da/ dos  meios de comunicação… se você tem acesso a revistas… é…  a livros didáticos… a… livros de  literatura o mais formal o e/ o difícil é porque a escola  transforma como eu já disse as aulas de língua portuguesa em análises gramaticais.

Texto II

Professora — Não, se  você parte do princípio que língua portuguesa não é só regras  gramaticais. Ao chegar à escola, o aluno já domina e fala a língua. Se o professor motivá-lo a ler obras literárias e se tem acesso a  revistas, a livros didáticos, você se apaixona pela língua. O que torna difícil é que a escola transforma as aulas de língua portuguesa em análises gramaticais.

(MARCUSCHI,  L. A. Da fala para a escrita: atividades de  retextualização. São  Paulo: Cortez, 2001)

O  texto I é  a transcrição de entrevista  concedida por uma professora de  português a  um programa de rádio. O texto II é  a adaptação dessa entrevista para a modalidade escrita. Em comum, esses  textos

(A) apresentam ocorrências de hesitações e reformulações.

(B) são  modelos de emprego de regras gramaticais.

(C) são exemplos de uso não planejado da língua.

(D) apresentam marcas da linguagem literária.

(E) são  amostras do português culto urbano.

Gabarito:  E

Bons estudos! 🙂

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