Reflexões sobre o filme “Parasita”

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De desconhecido a aclamado, eis as história de Parasita, filme do diretor sul-coreano Boon Joon-ho que fora premiado quatro vezes no Oscar, sendo uma a de melhor filme. Mas quais foram os fatores que contribuíram para que um filme estrangeiro de suspense se tornasse o melhor filme de 2020?

Atenção: o texto a seguir contém spoilers sobre o enredo do filme!

  •  As famílias de parasita

    A trama do filme gira em torno da família Kim, família que vive na pobreza dos cortiços coreanos, na busca de uma melhora de vida. Em antítese, a família dos Park possuem uma visão de mundo bem elitizada. Essa dualidade que o filme evidencia acaba sendo um dos símbolos maiores do filme e que pode enriquecer e muito uma temática de redação que trate sobre desigualdade em quaisquer âmbitos.

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  •  A chuva foi boa pra quem?

    Na Coréia do Sul, a busca por banjihas é comum, principalmente após sua legalização nos anos 1980. Estes imóveis, que são como bunkers, compactos e precários, tem sido a alternativa de uma parte mais pobre da população sul-coreana. Em 2018, de acordo com as Nações Unidas, a falta de habitação acessível no país era um obstáculo para as pessoas. Logo, se ocorrer uma chuva forte, as banjihas são os primeiros locais a alagar, como retrata o filme. Temas como este podem ser abordados em redações que ressaltem a dificuldade a moradia, evidenciando que um dos fatores para isso é a capacidade financeira dos indivíduos.

 

  • Parasita?
    O filme é aberto para inúmeras interpretações e debates, sendo uma delas o fato de quem seria o verdadeiro parasita. São os Kim por arrumarem os empregos na casa rica? São os Park por se aproveitarem do serviços de seus empregados? De acordo com a OCDE, a Coréia do Sul é um pais com a taxa de desemprego baixa, porém, é comum ver empregados trabalhando mais do que deveriam. Ainda de acordo com a OCDE, a Coréia tem um índice baixo na relação vida-trabalho, que o equilíbrio entre a vida cotidiana e o trabalho, sendo esta relação uma consequência dos trabalhadores tendo uma jornada maior do que deveriam.

Fica claro que Boon Joon-ho conseguiu desenvolver um clássico do cinema coreano que, além de conseguir desbancar sucessos de bilheteria estadunidenses, terá debates acerca de seu conteúdo durante muitos anos. Sendo assim, pegue seu pêssego e aproveite o filme!

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