Por que vestimos branco no Ano Novo?

Ano Novo

É tradição mundial celebrar a virada de ano, independente do calendário a ser seguido pelas diversas culturas ao redor do globo. No entanto, a maior parte da população brasileira costuma comemorá-lo na virada do 31 de dezembro para o 1 de janeiro no calendário gregoriano. E mais! Além disso, os brasileiros possuem uma tradição nacional de em grande maioria vestir roupas brancas no Ano Novo. Por quê?

Ano Novo

Para entendermos melhor essa tradição, precisamos viajar ao passado e ir às famosas praias do Rio de Janeiro, onde um sujeito muito importante da nossa história chamado Tancredo da Silva Pinto – apelido Tata Tancredo – ressignificou a data em questão. Primeiramente, quem é Tata Tancredo? Dentre suas diversas façanhas, Tancredo da Silva Pinto – nascido em 1905 – foi o criador da Confederação Espírita do Brasil, mas também ganha alcunhas de compositor, sambista, dentre diversos outras.

Na década de 1940, Tancredo começou um costume de ir a praias mais afastadas da agitação urbana e colocar no mar suas oferendas para Iemanjá no dia 2 de janeiro. Aqui vale uma importante ressalva: “Tata” é um título que se dá a sacerdotes de algumas religiões de matrizes africanas. Logo, sua devoção a Orixá Iemanjá vestido de branco começa a se popularizar e, na década de 1960, essa tradição já tinha ganhado muitos adeptos nas praias da Bahia e Rio de Janeiro, o que fez com que a data das oferendas a Iemanjá mudasse para a véspera do Ano Novo.

No entanto, claramente, essa tradição recebe vários outros simbolismos ao ser popularizada. Sendo a cor que representa a paz, muitos passaram a utilizar em prol desse valor, o que fez com que diversas outras cores também conquistassem novos significados, como dinheiro/amarelo, amor/vermelho, esperança/verde, dentre outras.

No entanto, entender as origens dessa tradição é compreender que a base da formação cultural brasileira é heterogênea ao misturar cultos e crenças diversas em uma manifestação única. Vestir branco no Ano Novo é mostrar que o Brasil consegue sim conviver com diversas religiosidades e costumes, ao contrário do que, infelizmente, muitas vezes observamos na realidade social brasileira.

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