Mitos sobre a clonagem

clonagem

O uso de técnicas como transgenia, células-tronco e clonagem revolucionaram a ciência e a nossa vida nas últimas décadas. Entretanto, há muita especulação sobre elas e como de fato funcionam ou podem funcionar. Muitos filmes de ficção científica abordaram a clonagem de modo irreal, o que fez com que várias pessoas acreditassem em certos mitos. Para saber o que é verdade e o que é mentira, é necessário entender como a clonagem realmente funciona (abordando, inclusive, como pode cair no ENEM).

Então, vamos falar sobre clonagem?

O que é e como funciona a clonagem?

Clonagem é o nome que usamos para descrever a produção de seres geneticamente idênticos (plantas, animais, humanos). Apesar de ser algo que pode ser feito em laboratório, a biologia considera a clonagem como um acontecimento que pode ser natural, como é o caso de gêmeos monozigóticos ou a reprodução assexuada de bactérias.

Para explicar o funcionamento, vamos abordar o primeiro experimento de clonagem em animais (clonagem de plantas já era feita há muito mais tempo e é muito mais simples, por isso não é cobrada em vestibulares):

Em 1996, na Escócia, foi feito o primeiro experimento científico de clonagem em animais, e deu certo, dando origem a famosa ovelha Dolly, que foi o primeiro mamífero clonado a partir de uma célula somática adulta. O experimento foi feito de tal maneira: pegaram o óvulo de uma ovelha e retiraram o núcleo desse óvulo (um núcleo haploide, pois não era fertilizado). Depois, tiraram da ovelha que desejavam clonar uma célula viva (qualquer uma, exemplo: hepática) e tiraram o núcleo que era diploide. Botaram esse núcleo dentro do óvulo, o que chamamos de zigoto. Mas para ser de fato um zigoto/blastocisto, foi aplicada uma descarga elétrica. Após tudo isso, implantaram-lo no útero de uma ovelha (barriga de aluguel). Assim nasceu a Dolly, uma cópia idêntica da outra ovelha.

Entretanto, ela morreu cedo, aos sete anos, em 14 de fevereiro de 2003, de uma doença pulmonar grave. A ovelha também sofria de artrite precoce, um entre os vários problemas a que animais clonados estão sujeitos.

clonagem

Clonagem Reprodutiva X Clonagem Terapêutica:

A clonagem reprodutiva é a que foi utilizada na clonagem da Dolly e explicada acima, e se resume em produzir uma duplicata de um indivíduo existente, utilizando a técnica chamada de Transferência Nuclear.

A clonagem terapêutica é um procedimento cujos estágios iniciais são idênticos a clonagem para fins reprodutivo, difere somente no fato do blastocisto não ser introduzido em um útero. Ele é utizado em laboratório para a produção de células-tronco totipotentes (elas são encontradas em embriões humanos com poucas células, possuem naturalmente um alto poder de diferenciação, uma vez que são elas que posteriormente formarão todas as células de um bebê.) a fim de produzir tecidos ou órgão para transplante. Esta técnica tem como objetivo produzir uma cópia saudável do tecido ou do órgão de uma pessoa doente para transplante.

O grande mito: a clonagem humana.

Muitos filmes retratam a clonagem humana, entretanto, a ciência nunca fez de fato um clone humano. A verdade é que essa técnica é um grande debate na comunidade científica, sendo muito polêmico e controverso, porém, a discussão não é acerca da capacidade de clonar humanos (até porque conseguir esse feito não é nem um pouco improvável ou impossível), é um debate ético-moral e sobre os riscos de saúde.

Os riscos de gerar crianças com doenças genéticas ou com problemas graves de saúde é real e extremamente provável segundo os cientistas.

Além disso, existem diversas questões éticas: Por que clonar? Qual a eficiência? Quem deveria ser clonado e por qual motivo? Quem decide se deve ou não ser feito? O que será feito com os clones que nascerem defeituosos ou doentes? Pessoas dispostas a se clonar, a tentar clonar um filho ou um ente querido falecido ou casais sem filhos estão conscientes acerca do risco enorme de doenças genéticas que podem aparecer no clone? E se ocorrerem problemas mais tarde, quem se responsabiliza e o que fazer?

Ou seja, será que é válido permitir algo com tantas perguntas sem respostas? E mais, urge a necessidade de responder tais perguntas?

A ciência muito provavelmente tem a capacidade de fazer a clonagem humana, isso não é um mito. Só que a beleza e a facilidade por trás disso é mentira.

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