Malcolm X e Martin Luther King

Nesse dia de comemoração à consciência negra vale a pena retomar algumas figuras que revolucionaram a luta contra o racismo. Por mais que fossem figuras estadunidenses, Malcolm X e Martin Luther King Jr. desenvolveram dois métodos de resistência racial que são utilizados até os dias atuais mundialmente, tomando como inspirações principais os movimentos sociais liderados por eles.

De início, é importante demarcarmos o cenário sociopolítico vivido no país no momento de convulsão social gerada pela luta anti-racista. Para construirmos tal panorama, temos que voltar para o período da as 13 colônias, em que a escravidão se torna a base da mão de obra da produção sulista dos EUA. Com a abolição durante a Guerra Civil (1861-1865), a questão racial perdurou com um racismo estrutural no país.

Em 1876, com a promulgação das Leis Jim Crow, a segregação racial no país foi institucionalizada com limitações espaciais para negros, regras de convívio, casamento etc. O racismo legal perduraria até 1965, que por atuação dos movimentos negros liderados por Martin Luther King Jr. e Malcolm X.

Mas enfim, como essas duas figuras conseguiram combater um aparato legal inseridos em uma sociedade essencialmente racista? É nesse ponto que eles se divergem. Enquanto Luther King defendia uma luta pacifista com debates abertos e resistência pautada no convencimento e diálogo político com a sociedade, Malcolm X defendia uma resistência combativa que respondesse à violência racista com violência de reação.

Os dois mantinham diálogo e debatiam, às vezes até juntos em público, sobre os rumos que a comunidade negra americana deveria tomar a respeito de sua posição social. Malcolm X por sua vez liderava um grupo conhecido como Os Panteras Negras que realizavam ataques de resistência contra racistas pelas ruas.

Em 1965, depois de anos de luta, os movimentos negros conquistam direitos sociais importantes como o voto, propriedade privada, fim da segregação espacial, fim do racismo legal. Infelizmente, no mesmo ano Malcolm X seria brutalmente assassinado durante um discurso. Já Martin Luther King Jr. seria assassinado também em 1968 na varanda de seu hotel.

Esses seriam os primeiros passos rumo a uma luta anti-racista que perdura até hoje nos EUA, tomando como uma de suas inspirações o famoso discurso de Martin Luther King Jr. no ano de 1963 para mais de 250 mil pessoas em Washington: “Eu Tenho um Sonho”

Há quem pergunte aos defensores dos direitos civis: “Quando é que ficarão satisfeitos?” Não estaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos indescritíveis horrores da brutalidade policial. Jamais poderemos estar satisfeitos enquanto os nossos corpos, cansados com as fadigas da viagem, não conseguirem ter acesso aos hotéis de beira de estrada e das cidades.
Não poderemos estar satisfeitos enquanto a mobilidade básica do negro for passar de um gueto pequeno para um maior. Não podemos estar satisfeitos enquanto nossas crianças forem destituídas de sua individualidade e privadas de sua dignidade por placas onde se lê “somente para brancos”.
Não poderemos estar satisfeitos enquanto um negro no Mississippi não puder votar e um negro em Nova Iorque achar que não há nada pelo qual valha a pena votar. Não, não, não estamos satisfeitos e só estaremos satisfeitos quando “a justiça correr como a água e a retidão como uma poderosa corrente”.

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