Entenda como funciona o método científico

método científico

O método científico, também conhecido como método hipotético-dedutivo, é o conjunto de normas que devem ser seguidas para a produção de conhecimento científico. Ou seja, se não seguirmos regras quando formos produzir ciência, nos baseando em um achismos, não poderá ser considerado ciência, passa a ser senso comum. O senso comum nada mais é do que o conhecimento popular, que se concretiza em decorrência da repetição cultural (por isso, muitas vezes acabam sendo falsos). Um exemplo disso é a associação do número 13 ao azar, que não possui comprovação científica alguma, mas vem de experiências e vivências cotidianas passadas de geração em geração, até que hoje em dia “sexta feira 13” virou “dia de azar”.

Mas, como funciona o método científico?

Para obtermos um conhecimento científico, precisamos seguir etapas:

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1- Observação:

É o momento em que o cientista observa um fato, um fenômeno. A observação pode ser feita de forma simples, ou seja, a olho nu, ou pode utilizar-se de instrumentos apropriados (como microscópios, telescópios, etc). Todavia, é necessário prezar pela verdade do fato, e não desvirtuar-se por crenças particulares.

2- Problematização:

Essa a etapa em que problematiza-se o fato observado, o momento de levantar questionamentos acerca do fenômeno:

Por que ocorre? Como ocorre? Quais fatores podem influenciar sua ocorrência?

3- Hipóteses:

É o momento de responder as perguntas feitas, criar uma hipótese que seja capaz de explicar o fenômeno. Na tentativa de entender e formular uma explicação, pode ser levantada mais de uma hipótese.

Normalmente, as hipóteses vêm acompanhadas de uma dedução (predições), que nada mais são do que uma previsões da hipótese. Ou seja, é o famoso “então se”: “então se eu fizer isso, pode acontecer aquilo”.

4- Experimentação:

Os experimentos são feitos para validar ou não a hipótese levantada. À medida que os experimentos são realizados, as evidências são reunidas e as hipóteses são testadas.

Vale salientar que é necessária a presença de dois grupos em um experimento:

– Grupo controle: aquele que não sofre interferência no experimento.

– Grupo experimental: aquele que sofre interferência no experimento.

Quando obtemos os resultados, coletamos os dados e reunimos juntamente com as interpretações realizadas, vemos se a hipótese é válida ou não.

Se a sua hipótese for confirmada pelos dados obtidos do experimento, é necessário repetir os experimentos várias vezes antes de atestar que aquela hipótese é válida. Se a sua hipótese não for válida, deve-se elaborar uma outra que consiga explicar aquele fenômeno e fazer novos experimentos.

5- Conclusão: 

Após os experimentos serem feitos e a hipótese ser confirmada, é necessário fazer uma conclusão. O cientista verifica se os experimentos e pesquisas realizados respondem aos questionamentos levantados e permitem que ele faça afirmações acerca dos fenômenos ou materiais analisados. Esse conhecimento adquirido deve ser publicado em um periódico científico para poder disseminar a informação. É possível que se construa uma teoria, lei ou princípio para expandir o conhecimento adquirido e aplicá-lo em outras situações:

  • Teoria: explica a observação feita e permite previsões a partir de um modelo criado.
  • Lei: relaciona matematicamente as grandezas estudadas nos experimentos.
  • Princípio: generaliza as regularidades verificadas nos experimentos.

Obviamente, não será facilmente aceito, mesmo seguindo o método científico. Após a publicação, muitos cientistas tentarão confirmar ou refutar seu trabalho, e é um processo longo até o conhecimento ser de fato validado e aceito no meio científico, podendo ser até mesmo refutado.

Agora, vamos aplicar isso em uma situação hipotética?

Vamos supor que você é um cientista na Inglaterra no meio do século XIX e começa a observar um fenômeno que intrigante. Na medicina dessa época, uma prática muito comum para curar doenças era a sangria, uma modalidade de tratamento médico que consistia em retirar sangue do paciente, com base nas antigas teorias medicinais que diziam que existia sangue “ruim” e sangue “bom” e, por vezes, precisava se retirar o sangue para manter o equilíbrio saudável do corpo.

Entretanto, muitos pacientes morriam após esse tratamento. Como explicar?

Observação: Observar algo que está acontecendo para fazer uma pesquisa sobre.

– Muitos pacientes morrem após a sangria.

Problematizar: Questionar o fenômeno, levantar perguntas sobre o fato.

– Por que os pacientes morriam após a sangria?

Hipótese: Criar uma hipótese para tentar explicar aquele fenômeno, dar um palpite.

– A sangria está matando os pacientes.

Dedução: Então se os médicos não fizerem a sangria, os pacientes não vão morrer.

Experimentação: Devem ser feitos experimentos para testar a hipótese, coletar dados e observá-los. Vale ressaltar que é necessária a presença de dois grupos em um experimento:

– Grupo controle: grupo em que os médicos vão continuar a usar a sangria como tratamento.

– Grupo experimental: grupo em que os médicos não farão sangria nos pacientes.

Conclusão: Se os experimentos foram feitos e a hipótese foi confirmada, é necessário fazer uma conclusão e publicar seu trabalho científico em uma revista científica para divulgar e espalhar o conhecimento adquirido. Nesse caso, podendo salvar milhares de vidas.

Obs.: Esse tratamento realmente matou muitas pessoas antigamente ou foi extremamente prejudicial, apenas benéfico em casos de hipertensão. Foi usado desde a antiguidade até finais do século XIX e na medicina moderna foi abandonado (exceto em casos muito específicos).

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