Ecologia: a posição do homem na cadeia alimentar

cadeia alimentar

Na atualidade, existem grandes debates entre carnistas e vegetarianos e/ou veganos. Um dos argumentos muito utilizado por pessoas que se alimentam de animais é a justificativa de que isso seria o correto pois os seres humanos estão no topo da cadeia alimentar. Entretanto, esse argumento não está certo. Mas então, onde o homem está na cadeia alimentar?

O que é a cadeia alimentar? 

Antes de falar qualquer coisa, é necessário entender a cadeia alimentar e como ela funciona. Ela representa uma sequência de seres vivos na qual um serve de alimento para o outro, é por meio dela que ocorre a transferência de matéria e energia no ecossistema. Cada organismo ocupa um nível trófico dentro da cadeia alimentar, o que é determinado pelo tipo de alimento e pela forma como ele se alimenta.

Em uma classificação dos níveis tróficos (a cobrada no ENEM e vestibulares), há a divisão em três grandes grupos:

  • Produtores: são aqueles seres capazes de produzir seu próprio alimento;
  • Consumidores: que são os que se alimentam dos produtores ou de outros consumidores;
  • Decompositores: em sua maioria bactérias e fungos, que são os que devolvem os nutrientes para o meio ambiente.

cadeia alimentar

Uma outra classificação, que vai ser utilizada para explicar a posição do homem na cadeia alimentar, divide os níveis tróficos de 1 a 5 (números resultantes de um cálculo matemático advindo do regime alimentar e a relação presaXpredador das espécies):

  1. Plantas e algas que produzem seus próprios alimentos e são chamados de produtores;
  2. Herbívoros que comem plantas e são chamados de consumidores primários;
  3. Carnívoros que comem herbívoros e são chamados de consumidores secundários;
  4. Carnívoros que comem outros carnívoros e são chamados de consumidores terciários;
  5. Predadores alfas que não possuem predadores acima deles.

É importante notar que o nível 5 seria o topo da cadeia.

Mas então, qual o nível trófico do ser humano? 

Primeiro, temos que deixar algo extremamente claro: o ser humano não está inserido na cadeia alimentar atualmente. O motivo disso é simples de ser explicado: enquanto o leão caça a sua presa, nós compramos o nosso almoço, porque o único trajeto que fazemos na busca por alimento é de casa até o supermercado.

Com isso dito, para saber a posição do homem na cadeia alimentar, foi necessário ser feito uma pesquisa sobre. A descoberta se deu através de uma equipe francesa no Instituto de investigação para a exploração do mar que calculou pela primeira vez o nível trófico do ser humano. Esse estudo utilizou dados da Organização das Nações Unidas (ONU) para agricultura e alimentação de 176 países sobre o consumo do ser humano de 1961 até 2009.

A conclusão da pesquisa foi de que o ser humano ocuparia na escala trófico algo próximo ao número 2,21. Bem longe do topo e próximo a seres como o porco e anchovas peruanas (que se alimentam de zooplanctons).

O topo na verdade, é ocupado por animais como o urso-polar e a orca (que na escala trófica chegam a 5,5).

O que podemos tirar disso tudo?

Podemos chegar a conclusão de que o argumento de sermos o topo da cadeia e termos “passe livre” para comer animais é inválido.

A verdade é que não estamos no topo de uma cadeia que há muito tempo já não estamos mais inseridos. A crença de que temos o direito de comer outros animais não partiu de algo natural, e sim de algo estabelecido pelos próprios seres humanos. Nossos hábitos alimentares, diferentemente de quem participa da cadeia alimentar, advém de algo cultural, econômico, religioso, entre outros. O ser humano tem sim a capacidade de digerir carne, mas isso não significa que necessitamos dela para sobreviver e, de fato, não precisamos.

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