Darwin x Lamarck

Darwin x Lamarck

Lamarck e o Lamarckismo:

Jean-Baptiste de Lamarck, um naturalista francês, foi um dos primeiros cientistas a propor ideias e teorias coesas sobre a evolução biológica.

Suas ideias foram materializadas em duas leis:

  • Lei do Uso e Desuso: Segundo ela, um órgão pouco usado perde sua funcionalidade e atrofia, deixando eventualmente de existir. Por outro lado, um órgão mais usado passa a ser mais desenvolvido. Exemplo: animais de determinada espécie que vivem entocados debaixo da terra, ou seja, em um ambiente escuro, não utilizam suas visões e em algum momento, a perderão.
  • Lei da Herança dos Caracteres Adquiridos: Com base na Lei do Uso e Desuso, Lamarck propôs que todas as características adquiridas ou perdidas por uma espécie seriam passadas adiante para as próximas gerações. Exemplo: os animais do exemplo acima perderiam a visão e as gerações futuras nasceriam já cegas.

Lamarck dizia, então, que o ambiente induzia transformações nas espécies e essas mudanças eram passadas adiante. Portanto, mudanças ambientais levariam a uma necessidade de transformações das espécies. Ou seja, o morcego pela necessidade de voar, criou asas; a baleia por necessidade de nadar, criou nadadeiras, etc. 

Entretanto, hoje sabemos que Lamarck estava errado em muitos pontos, pois suas teorias possuem vários furos, como por exemplo: se um homem malha muito, ele vai desenvolver seus músculos e ficar extremamente forte, mas quando ele tiver um filho, esse não nascerá malhado também, o que contradiz a Lei da Herança dos Caracteres Adquiridos. 

Darwin, o Darwinismo e o Neodarwinismo:

Charles Darwin, conhecido como pai da Seleção Natural, era um pesquisador da evolução. Ele se guiou por estudos da geologia, pelas teorias de Malthus e por uma viagem de quase 5 anos a bordo do Beagle que fez, em que pôde aprender sobre a natureza, os seres vivos e seu comportamento. Com base em tudo isso, formulou a Teoria da Seleção Natural.

Essa dizia que algumas características de certos indivíduos poderiam ser mais favoráveis ao ambiente que vivem ou não. Quando elas fossem mais favoráveis, tal indivíduo possui mais chances de sobreviver no ambiente e se reproduzir, repassando a característica favorável para as gerações futuras. Em contrapartida, aqueles que possuem a característica menos favorável não seriam capazes de se adaptar ao meio e morreriam, sem deixar descendentes e diminuindo assim, a frequência de tal característica. 

Ou seja, segundo Darwin, o ambiente seleciona os indivíduos mais bem adaptados. É importante ressaltar que o Darwin deixou claro que as modificações herdadas pelas espécies nem sempre são positivas, ou seja, não caminham para uma ´´melhora´´ das espécies, só são as mais adaptadas aquele ambiente, naquele momento. Isso serve para desmentir uma frase que já foi muito propagada, de que o ´´melhor sobrevive´´, isso está ERRADO.

Entretanto, Darwin não sabia explicar o aparecimento de características, porque não havia ainda o conceito de genética. Entretanto, com o aparecimento do Neodarwinismo, agregou a seleção natural à genética, complementando as ideias que Darwin não soube explicar. O Neodarwinismo descobriu que determinados eventos podem alterar a frequência gênica de certas populações. Esses eventos seriam: mutação; recombinação gênica (fecundação e crossing-over); migração; deriva genética; seleção natural. 

Darwin x Lamarck

O clássico exemplo das girafas:

Nem Darwin, nem Lamarck usou exemplo de girafas em seus estudos, entretanto, para diferenciá-los, é um dos casos mais didáticos. Então, vamos usá-los para acabar com as dúvidas de uma vez por todas.

Vamos imaginar tal situação:

Um ambiente com vegetação rasteira, como arbustos, sofreu alterações ambientais e perdeu esses arbustos, que eram a alimentação de girafas do local. Como elas evoluíram a partir disso?

Para Lamarck: As girafas quando se alimentavam desses arbustos, possuíam pescoço curto e, quando essa vegetação sumiu, elas precisaram procurar alimento em árvores. Por serem altas, as girafas precisavam forçar seus pescoços, o que causou um alongamento dos mesmos, ou seja, uma adaptação induzida pelo ambiente para o alcance de seu alimento, que seria depois passada adiante para as próximas gerações. 

Para Darwin: Existiam as girafas de pescoço curto e longo. Após o desaparecimento dos arbustos, as girafas de pescoço curto não conseguiriam sobreviver e reproduzir, já as de pescoço longo, sobreviveriam por serem as mais adaptadas àquela mudança ambiental e reproduziriam, repassando a característica favorável adiante.

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