Crônicas do enem – Grades

As grades. Antes que o relógio determinasse, não existiam barreiras que impedissem alguém de seguir o seu destino livremente. Eram diversos os caminhos e as maneiras de se chegar no local determinado. Não importava quem estava de carro, transporte coletivo ou a pé. Todos se encontrariam no mesmo lugar.  Dividiriam o mesmo espaço.

De repente, as grades se fecharam. O mundo se dividiu entre os pontuais e os atrasados. As perspectivas dos olhares mudaram por causa de 1 minuto. Os que estavam no interior do local pensavam como o personagem Hamlet, na peça de Shakespeare: “Eu poderia viver recluso numa casca de noz e me considerar rei do espaço infinito…”, enquanto o mundo de quem estava do lado de fora ficou limitado. A liberdade se tornou um estado de espírito.

As grades também limitam. Elas dividem o mundo exterior em pequenos blocos que podem ser grandes ou compridos. Que digam os privados de liberdade. A eles também serão dadas a oportunidade de se livrar delas. Vão poder provar que mudaram e mostrar que o tempo pode ser determinado, mas o que fazemos com ele pode ser determinante. As horas são exatas e precisas, mas a vida não.

As grades sugerem muitas coisas. Elas podem significar proteção, prisão, distância e divisão. Tudo vai depender do ponto de vista de cada um. Edifícios, janelas, penitenciárias, colégios, praças são exemplos do que e de como vemos estes ferros em formas de portas ou de jogo da velha. Cabe a nós pensar sobre qual é a melhor maneira de observá-la.

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