China: o dragão asiático

No último post sobre a China, falamos um pouco sobre a Revolução Cultural no país e Mao Tsé-Tung (leia aqui). Com a entrada de Xiaping no poder, o país começou um processo de abertura econômica. Com isso, foram criadas as Zonas Econômicas Especiais, que são locais onde multinacionais poderiam se instalar para produzir. Isso com uma oferta irrecusável: incentivos fiscais e mão de obra barata. Este processo, que ficou conhecido como

Frame China / Shutterstock.com
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“socialismo de mercado”, era também uma troca. Em contrapartida, as empresas deveriam transferir tecnologia para a China que foi se aperfeiçoando e, com o passar dos anos, passou a vender não só produtos de baixa qualidade, mas também eletrônicos de maior valor.

O país com o terceiro maior território do mundo, com a maior população do planeta e uma das maiores construções já feitas (Muralha da China) passou a ser a segunda maior potência do globo, atrás apenas dos Estados Unidos. Depois de muitos anos de prosperidade, o país começou a a perder o fôlego. Com a crise internacional de 2008, a União Europeia e os EUA reduziram suas atividades industriais, logo, as exportações chinesas foram afetadas. Com isso, a China passou a não ser capaz de ofertar os 10 milhões de empregos necessários anualmente. Essa desaceleração provocou um efeito em cadeia, pois fez o país importar menos matéria-prima e commodities, impactando as economias de países como Brasil e Venezuela.

pib china

Em 2013, o novo presidente, Jinping, teve a missão de mudar o modelo de desenvolvimento chinês, diminuindo a dependência das exportações. A China tem a maior população do mundo e viu nisso uma oportunidade.  Uma das principais mudanças estratégicas foi o aumento dos salários que subiram em 7,4%, aumentando o poder de compra da população.

Além disso, este novo modelo possibilitou o investimento de empresas privadas nas públicas, atraindo, assim, o capital estrangeiro. Ao mesmo tempo, o governo não tem mais o controle absoluto sobre as estatais. Outra meta é reduzir a desigualdade social, pois ainda há 70 milhões de pessoas na situação de pobreza. Apesar da abertura econômica, o país continua sendo uma ditadura de partido único, que reprime a oposição, restringe a imprensa e viola os direitos humanos. Mas à medida que a classe operária chinesa se organiza, e que a classe média se politiza, a pressão pela democracia aumenta.

Por fim, a China ainda toma uma outra medida que é aumentar a sua influência global, firmando acordos com mercados emergentes na América Latina, África e Oriente Médio. O país passou a investir nos locais, como: construção do canal interoceânico na Nicarágua (redução da dependência do Canal do Panamá), empréstimos em troca de petróleo (Brasil, Argentina, Venezuela e Equador), obras em troca de matéria-prima (África) e a Nova Rota de Seda. Este último, é um projeto de criar um corredor de estradas, ferrovias, oleodutos e cabos de fibra ótica que ligarão, por via terrestre e marítima, a China à Europa e à África, atravessando a Ásia Central, o Oriente Médio e o Oceano Índico.

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